Passaram vários anos desde a última vez que a Companhia de Teatro de Braga levou a cena em Lisboa algum dos seus espectáculos. O Teatro Meridional aceitou, gentilmente, acolher três espectáculos (um de 2015 e dois de 2016) da companhia residente no Theatro Circo de Braga.
20/04/17
A CTB apresenta três espectáculos em Lisboa, no Teatro Meridional
A Companhia
de Teatro de Braga estará em Lisboa, no Teatro Meridional, de 26 a 30 de Abril,
com três espectáculos do seu reportório.
Passaram vários anos desde a última vez que a Companhia de Teatro de Braga levou a cena em Lisboa algum dos seus espectáculos. O Teatro Meridional aceitou, gentilmente, acolher três espectáculos (um de 2015 e dois de 2016) da companhia residente no Theatro Circo de Braga.
Nos dias 26
e 27 de Abril, às 21h30, apresenta o espectáculo, escrito e dirigido por Abel
Neves e estreado em Julho passado, Ainda
o Último Judeu e os Outros.
Ainda o Último Judeu e os
Outros conta a história de Daniel. Um jovem obcecado desde sempre com a
história trágica dos judeus – a sua avó materna e a viver na Holanda, sofreu,
em criança, a perda dos pais, ambos judeus, numa situação que a marcou
definitivamente, tendo eles sido depois assassinados no campo de extermínio de
Auschwitz-Birkenau – Daniel não descansa enquanto não confronta Judite (sua
mãe) com uma época que ela não aceita lembrar e, sobretudo, não quer assumir
por via do sangue materno.
Este espectáculo será levado a cena, em Maio, a Kherson e Bila Tserva,
na Ucrânia. Esta viagem realiza-se no âmbito do Projecto para a Internacionalização financiado pela DGArtes.
Ficha artística
autor Abel Neves | direção Abel Neves | assistente de direcção António Jorge | cenografia Acácio Carvalho | adereços António Jorge, Fernando Gomes, Manuela
Bronze | figurinos Manuela Bronze |
criação sonora Pedro Pinto | design
gráfico e fotografia Paulo Nogueira
| desenho de luz Nilton Teixeira |
elenco Alexandre Sá, Carlos Feio,
Eduarda Pinto, Rogério Boane, Sílvia Brito e Solange Sá.
No Alvo, de Thomas Bernhard, estará em
cena no teatro lisboeta nos dias 28 e 29, às 21h30. A Mãe, a Filha, o Escritor
dramático, a Criada, não estão apenas sós, uns contra os outros. Eles exibem,
também, numa nudez “despudorada” os mecanismos dos cérebros. Num crepuscular
“quadro de família” emerge a Figura da Mãe que faz a sua Vida semeando a Morte
à sua volta. Ela, que só desejava ver o mar e perceber as marés. Que partiu de
mala vazia e para a encher passou por cima de tudo. Ela, que detestou tanto o
marido como adorava ouvi-lo dizer (a despropósito?) “que tudo está bem quando
acaba em bem”.
No Alvo
estreou em 2015 e, desde então, foi apresentado em vários palcos nacionais e
espanhóis. Em Maio, este espectáculo a partir do texto de Thomas Bernhard
passará pelas cidades ucranianas de Kherson, Mykolayiv, Bila Tserkva e Kiev (também ao abrigo do Projecto para a Internacionalização da DGArtes).
Ficha artística
autor Thomas Bernhard |
tradução Anabela Mendes | encenação Rui Madeira | cenografia Alberto Péssimo e Jorge Gonçalves | figurinos Manuela
Bronze | criação vídeo Frederico
Bustorff | criação sonora Pedro
Pinto | design gráfico Carlos
Sampaio | fotografia Paulo Nogueira
| desenho de luz Nilton Teixeira |
elenco Eduarda Filipa, Frederico
Bustorff, Sílvia Brito, Solange Sá
Espectáculo
estreado em Abril de 2016 e que é um regresso da CTB aos clássicos portugueses.
Em Justiça estamos num olhar
peculiar sobre a sociedade e os costumes.” De um lado a utopia de uma sociedade
que deveria nobiliar-se pela honra e pelo trabalho, a apologia do self-made man que, saído da pobreza,
conquistará o seu espaço com probidade. Na trincheira oposta, os homens de
mármore, corações empedernidos, adoradores do bezerro de ouro numa sociedade em
que o homem era o lobo do homem. De um ângulo, o frémito social e tribunício
espelhava as aspirações de uma classe em luta contra a aristocracia empobrecida
e decadente, a viver a glória enferrujada de seus brasões. Do outro, o combate
ao argentarismo sem entranhas do capital especulativo que visava impor a essa mesma
burguesia, um modelo ético que a dignificasse.” Esta tragicomédia bem ao gosto
dos nossos públicos irá a cena no Teatro Meridional no dia 30 de Abril, às
16h00.
Ficha artística
autor Camilo Castelo Branco | encenação Rui Madeira | cenografia João Dionísio | figurinos Manuela Bronze | criação vídeo Frederico Bustorff | criação sonora Pedro Pinto | design gráfico e
fotografia Paulo Nogueira | desenho
de luz Nilton Teixeira| elenco André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Eduarda
Filipa, Jaime Monsanto, Rogério Boane, Solange Sá
06/04/17
OS CEGOS de Maeterlinck, “a metáfora mais horrenda” desta Europa
A Companhia de Teatro de Braga (CTB) estreia, no dia 6 de Abril, a sua 131ª Produção: OS CEGOS de Maurice Maeterlinck. Um espectáculo no espectáculo no escuro. Uma tragédia na Europa.
É, também, espectáculo comemorativo do 10º aniversário da Comunidade de Leituras de Textos Dramáticos do Projecto Bragacult, por onde já passaram mais de 200 pessoas das mais diversas profissões, que leram mais de 50 textos clássicos e contemporâneos, em sessões públicas e cujos elementos participaram em criações como: trilogia ORESTEIA, BACANTES, ORATÓRIA DO VENTO, entre outras.
O elenco d’OS CEGOS é composto, exclusivamente, por elementos da Comunidade de Leituras Dramáticas e por cidadão refugiados a residir na cidade de Braga. “Este é um trabalho, sem actores profissionais (para fazer o gosto a Rilke!?) que integrou cerca de 20 cidadãs e cidadãos de Braga e 10 cidadãs e cidadãos de outras latitudes, (Congo, Síria, Guiné Equatorial, Paquistão, Nepal…) que em razão do conturbado mundo em que vivemos, se encontram em Braga. Afirmamos com orgulho que, mesmo antes da Estreia, este projecto já está ganho. Estes, foram meses de solidariedade e de Amizade. E de aprendizagem de TODOS com TODOS”, diz Rui Madeira, director da CTB.
Este espectáculo da CTB é, segundo o encenador, “a metáfora mais horrenda” deste Velho Continente. “Lemos o ateu Maeterlinck e seu Os Cegos, como um teatro de Almas penadas que vagueiam num Lugar Inferno chamado Europa. São almas refugiadas, despidas, despojadas de Tudo em busca de Paz. Estão a caminho, perderam o Guia e não encontram a Casa. E experimentam-se no confronto com a Memória. Experimentam-se eles e experimentamo-nos Nós. Todos. A Europa TODA! Numa cegueira colectiva. Este espectáculo é o filme dos nossos dias. E a banda sonora das nossas noites. A metáfora mais horrenda. A mais cruel e a mais real”, conclui.
OS CEGOS de Maurice Maeterlinck estreia dia 6 de Abril, na Sala Principal do Theatro Circo, às 21h30. Estará em cena, no teatro bracarense, nas seguintes datas: 6 a 8 de Abril, às 21h30; 11 a 13 de Abril, às 21h30; 20 e 21 de Junho, às 21h30.
FICHA ARTÍSTICA
título · Os Cegos*
autor · Maurice Maeterlinck
encenação · Rui Madeira
tradução · Rodrigo Francisco
cenografia · Alberto Péssimo, Jorge Gonçalves
figurinos · Manuela Bronze
vídeo · Pedro Alpoim, João Vilares, Frederico Bustorff
desenho de som · Pedro Pinto
desenho de luz · Nilton Teixeira
elenco · (**) Alexandrina Cerqueira, Ana Cristina Oliveira, Carla Carvalho, Diamantino Esperança, Ivone Cunha, Joana Palha, Joana Prata, José Augusto Ribeiro, José Barros, Julita Capelo, Manuela Artilheiro, Maria do Céu Costa, Maria José Rebelo, Teresa Carvalho, Teresa Ferreira, (***) Abbas Syed Zeeshan (Paquistão), Firas Bash (Síria), Shara Diakanua (Congo), Suraj Adhikari (Nepal), Taghreed Shms (Síria), Khim Bahadur Thapa (Nepal)
Frente de sala assegurada pelos associados da ACAPO · Beno Haraldo, Cristina Ferreira, Filipe Azevedo, João Lourenço, Manuel Pinheiro, Maria Baptista
*espectáculo comemorativo dos 10 anos da Comunidade de Leituras de Textos Dramáticos do projecto bragaCult.
**elementos da Comunidade de Leitura.
***cidadãos refugiados a viver em Braga
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