25/09/12

Estreia




Oresteia 1 e 2 – Agamémnon e Coéforas
de Ésquilo
10 a 12 de Outubro – 21h30
Theatro Circo
Depois da apresentação de “Oresteia 1 – Agamémnon” em Braga e da digressão no Brasil no âmbito do VII Circuito de Teatro em Português de São Paulo, a CTB – Companhia de Teatro de Braga está já a preparar a segunda parte da trilogia de Ésquilo: “Coéforas”.
Com estreia marcada para 10 de Outubro, no Theatro Circo, “Oresteia 2 – Coéforas” tem a particularidade de ser antecedida por “Oresteia 1 – Agamémnon”, espectáculo readaptado e agora apresentado no interior do Theatro Circo - recorde-se que a primeira série de apresentações deste espectáculo, em Julho e Agosto, teve lugar ao ar livre, na Avenida da Liberdade, na área em frente ao Theatro Circo.
Num momento difícil e como de resto vem sendo hábito em tempos de crise, a CTB opta por produzir uma grande obra e neste caso, num só espectáculo, levar à cena dois dos textos que compõe a única trilogia de Ésquilo que chegou até nós: “Oresteia”. Questionando a crise europeia e trabalhando sobre a matriz identitária, a produção, com encenação e dramaturgia de Rui Madeira, demonstra que os dramas, as questões morais e religiosas de hoje são idênticas às que figuravam na Antiguidade Clássica.
“Oresteia 1 e 2 - Agamémnon e Coéforas” estará em cena até 12 de Outubro, às 21h30, e decorrerá em vários espaços do Theatro Circo. Depois de Braga, a peça será apresentada no Teatro Municipal de Almada, numa única sessão agendada para as 15h do dia 14 de Outubro.
O espectáculo é uma co-produção com Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude; Theatro Circo de Braga, Teatro Municipal de Almada e Teatro Constantino Nery (Matosinhos) no âmbito de Acto 5, projecto nacional de criação e programação em rede; Circuito de Teatro Português de São Paulo, Dragão 7 – Instituto de Artes, Intercâmbio e Cidadania de São Paulo (Brasil) e apoio da Cena Lusófona.


Sinopse:
Há dez anos em guerra, o coro dos anciãos reúne-se em frente ao palácio para manifestar o descontentamento e ansiedade que grassa em Argos. Qualquer desfecho em Tróia não trará bons augúrios. Ares não está no seu posto e a cidade está mal governada, nas mãos de corruptos e malfeitores, como afirma o Vigia no seu testemunho de sofrimento.
1. Agamémnon
Anunciada a vitória, Agamémnon volta a casa com a escrava preferida, Cassandra. Recebe-o o coro em silêncio e redobrada angustia e é Clitemnestra, a adúltera, que, tecendo a teia, faz os elogios públicos, levando-o a entrar no palácio sobre um tapete de púrpura, digno dos deuses. Cassandra, a cativa, a ex-amante de Apolo recusa entrar e, possuída pela maldição do deus, anuncia à Cidade o cheiro a sangue que aquelas paredes exalam, fruto dos antigos e futuros crimes ali perpetrados. Aumenta o temor, os rumores adensam-se. Espera-se em Zeus, e um desejo de morte colectiva surge como solução apaziguadora da angústia. Cassandra discute com o coro e entra decidida no palácio, para que a sua morte sirva como testemunho para memória futura. Ouvem-se os gritos lancinantes de Agamémnon a ser barbaramente assassinado pela esposa que exibe os cadáveres na varanda do palácio. Cumpriu o seu desígnio. Vingou e está no seu posto. E com Egisto, o estrangeiro, urdidor da trama, fruem a luz amável do dia portador da justiça! O Coro desorientado com tamanha desgraça manifesta o desejo de vingança e a esperança em Orestes o filho de Agamémnon, exilado.
2. Coéforas
Dez anos mais tarde, num tempo de terror, Orestes regressa a Argos, como estrangeiro, com seu amigo Pílades, na esperança de vingar a horrenda morte do pai. Clandestinamente visita o túmulo interdito e abandonado de seu pai e, por um acaso, que só os deuses explicam, encontra no local um grupo de escravas troianas de Clitemnestra e, entre elas, no meio do maior sofrimento, sua irmã Electra. Com a irmã e o grupo de escravas traçam o plano para a morte da mãe e do amante Egisto. Anuncia-lhes o pacto com Apolo e com Pílades apresentam-se na porta do palácio, quais estrangeiros, em busca de hospitalidade. São recebidos por Clitemnestra a quem trazem notícias da morte de Orestes. Entram e como o apoio das escravas, Orestes e Electra vingam a morte do pai, matando Clitemnestra e Egisto. Exibem os cadáveres à cidade dizendo: “contemplai os dois tiranos da pátria, assassinos de meu pai e destruidores desta casa”.
Depois de perpetrado o matricídio, o remorso apodera-se de Orestes e, como um louco, foge perseguido pelas Erínias vingadoras de sua mãe.

Autor: Ésquilo | Tradução: Doutor Manuel de Oliveira Pulquério | Encenação e Dramaturgia: Rui Madeira | Assistente de Encenação: Nuno Campos Monteiro | Apoio Dramatúrgico: Doutora Ana Lúcia Curado | Actores: Ana Bustorff, André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Eduardo Chagas, Frederico Bustorff Madeira, Jaime Monsanto, Rogério Boane, Solange Sá | Coros: Ana Cristina Oliveira, André Antunes, André Pacheco, Cristiano Lima, Deolinda Mendes, Helena Guimarães, Hugo Silva, Humberto Almeida, João Chelo, Joaquim Carvalho, Jorge Bentes Paulo, José Augusto Ribeiro, José Domingos Marinho, Judite Pregueiro, Maria Elisa Fernandes, Maria Julita Capelo, Manuela Artilheiro, Tatiana Mendes, Teodorico Enes | Cenografia e Figurinos: Samuel Hof | Concepção de Máscaras: António Jorge | Desenho de Luz: Fred Rompante | Criação Vídeo: Frederico Bustorff Madeira | Criação Sonora: Luís Lopes | Design Gráfico: Carlos Sampaio | Fotografia: Paulo Nogueira

 
Bilhetes:
Theatro Circo - 10€ | 5€ (estudantes, reformados e protocolos)
Teatro Municipal de Almada - 6€ a 13€
M/12

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