01/03/13
Amanhã em Almada
de Ian McEwan
2 de março, às 21h30
Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite
Em Conversa
com o Homem Roupeiro estamos quase no fim ou no fim mesmo do caminho. A
disponibilidade para a Luta já terminou. A conversa inicia-se depois da
batalha perdida e com o personagem assumidamente derrotado. Exausto. Já não
come, não se veste, não paga a renda, não ousa sair… bate punhetas. É um
número. Cabe num qualquer ficheiro, em qualquer armário. Está disponível para
se entregar e ser manipulado. A quem e por quem? Ao e pelo Estado, claro!
Através
dum humor requintadamente negro, McEwan instala o personagem numa perspectiva
paradigmática e perversa. A máxima responsabilização do Estado no momento
exacto em que esse mesmo Estado se demite das suas funções perante o cidadão. O
personagem/cidadão diz: estou aqui, fiz tudo o que estava humanamente ao meu
alcance para ser normal. Acreditei no vosso discurso. Não funcionou. ok! Eu já
não aguento mais. Agora a responsabilidade é totalmente vossa. Estou consciente
e disponível. Matem-me! Não preciso da vossa liberdade, não me governo com ela,
“ na verdade, lembro-me agora de por vezes ter desejado menos liberdade. A
liberdade condicional não me paga a comida e a renda. Quero ser pequeno, não
quero este barulho e estas pessoas à minha volta. Quero estar longe disso tudo,
no escuro”. Esqueçam-se de mim.
Rui Madeira
autor
Ian McEwan | adaptação
Luísa Santos Costa | instalação
teatral Rui Madeira, Alberto Péssimo | figurinos Sílvia Alves |
desenho de luz Fred Rompante |
criação de ambiente sonoro Pedro Pinto |
elenco Rui Madeira, André Laires | criação
gráfica Carlos Sampaio |
fotografia de cena Paulo Nogueira
M/16
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