15/02/08

O ESCARAVELHO CONTADOR visto pelo encenador

Ao ler, pensar e sentir, estes textos do Pina o que mais me tocou foi o respeito e a absoluta confiança que ele tem nos seus pequenos leitores. Assim como eu também tenho esta confiança profunda no seu poder de compreender além das palavras, de intuir nas pausas e nas entrelinhas o indizível. Portanto um texto e um espectáculo paradoxais que nos falam da alegria da tristeza, da felicidade da morte e das palavras bonitas que escondem bichos feios.

Como uma caixa dentro de uma caixa dentro de uma caixa, o autor é o “escrevedor”, o encenador o “transcritor”, o actor o “fazedor”, o cenógrafo o “desenhador” de uma mesma e plural história(s). E assim como duplos no espelho reflectem as variadas leituras possíveis destas ideias/imagens e deixam ainda um espaço reflexivo onde os espectadores também poderão reflectir as suas figuras interiores.

Este espectáculo é a continuação de um projecto iniciado nesta Companhia com o “Tepluquê”, onde os escaravelhos já espreitavam entre as palavras e as acções. Agora eles, os escaravelhos, estes seres do escuro e símbolos da morte, tomam o poder. Poder este que vem das profundezas, do nosso mundo das sombras, para iluminar recantos esquecidos das nossas pessoas crescidas, revelando que o que temos de mais precioso é este lado lúdico que ama os sonhos e o desconhecido.

José Caldas

O ESCARAVELHO CONTADOR visto pelo director da CTB

A CTB mantém, como um dos vectores estratégicos do seu projecto, a criação para a Infância e Juventude. Nesse quadro, podemos afirmar que não existe cidadão do Concelho de Braga, com idade inferior a 20 anos, que não tenha assistido a um espectáculo de teatro. Muitos deles, no âmbito das escolas a que pertenceram, foram também destinatários de acções de formação nestas áreas. Sempre numa relação estreita e estratégica com o Pelouros da Educação e Cultura e com os TUB/S.M.

Para esta criação “O Escaravelho Contador” a CTB reincide no encenador e no autor, uma vez que o espectáculo “Tepluquê”, criado há já alguns anos, teve a mesma autoria.
O encenador José Caldas, amigo de longa data, criador de excelência, que tem consagrado muito do seu labor artístico na luta pelo reconhecimento do Teatro para a Infância em Portugal. Manuel António Pina que, paralelamente ao seu trabalho poético, mantém a capacidade de nos surpreender com histórias que nos encantam a todos.

Rui Madeira