30/03/09

Sobre o autor

Franz-Xaver Kroetz nasce em Munique em 1946. Estuda representação, queria ser actor. Foi porteiro, camionista até decidir “pegar numa máquina de escrever comprar papel e desatar a escrever”, pelo meio foi canalizador, operário. Trabalha em pequenos papéis em várias “caves” de teatro de Munique, entre as quais o Anti-teatro de Rainer-Werner Fassbinder. Começa a escrever peças. Colabora com o teatro camponês.
Em 1970 recebe uma bolsa de dramaturgia, atribuída pela editora Suhrkamp. A 3 de Abril de 1971 estreia duas das primeiras peças Trabalho ao Domicilio e Obstinação, em Munique. A estreia foi acompanhada por uma manifestação da extrema-direita com vidros partidos e bombas de mau cheiro. Tinham sabido que no espectáculo havia infanticídio, aborto e masturbação em cena.
Continua a escrever e a intervir politicamente, em 1972 apresenta-se às eleições nas listas do DKP (partido comunista alemão) mas não é eleito. As suas primeiras peças, a simpatia espontânea pelos marginais e pelos menos privilegiados e contra a sociedade de consumo alemã, cristalizou-se em pequenas cenas naturalistas com reduzido diálogo em dialecto bávaro. A partir de 1972 obtém do Ministério da Cultura e do Teatro de Heidelberg uma bolsa que lhe permite escrever sem preocupações materiais e trabalhar em contacto mais estreito com a prática teatral. Música para Si, Alta Áustria, Maria Madalena, Lienz, Cidade dos Dolomitas, Interesse Global… são algumas das suas muitas peças. Os seus textos são dos mais representados.
Em 1974 dirige para a televisão Outras Perspectivas e continua a escrever. Encena a sua peça Querido Fritz.
Em Janeiro de 1976 Kroetz desloca-se a Portugal integrado numa Delegação do Comité de solidariedade com Portugal, com outras personalidades. O Teatro da Cornucópia apresenta Kroetz ao público português com Alta Áustria numa encenação de Jorge Silva Melo e mais tarde com Música Para Si (Concerto “à la Carte”) numa encenação de Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo, tendo como protagonista a grande actriz Isabel de Castro.

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