21/04/16

A CTB apresenta Justiça a parceiros do BragaCult

A CTB - Companhia de Teatro de Braga aproveita o facto de ter em cena o seu novo espetáculo, Justiça, e convida parceiros do projeto BragaCult a assistirem a uma das várias sessões no Theatro Circo.

Três instituições parceiras do projeto BragaCult irão assistir a uma das sessões da 128ª produção da companhia, o drama de "faca e alguidar" escrito por Camilo Castelo Branco: no dia 18 (às 15h00) por 24 pessoas da Cerci Braga; 30 pessoas da Juventude da Cruz Vermelha, no dia 20 às 15h00; e 70 pessoas do Projecto Homem, no dia 22 às 15h00.

O projecto BragaCult visa a revitalização cultural da zona histórica e urbana da cidade de Braga a partir de novas propostas que garantam uma participação ativa dos cidadãos. A responsabilidade do projeto é partilhada  entre a CTB, a Câmara Municipal, o Theatro Circo, as juntas de freguesia e outras estruturas da zona que vai do Theatro Circo à estação da CP. Consiste na realização de Oficinas com grupos amadores de criação artística e culmina, no final do ano, com a apresentação dos trabalhos desenvolvidos num evento chamado Rua Vestida.

A vertente dramática é, no contexto da obra camiliana, a que tem merecido menos apreço da crítica literária, todavia, aí encontramos as forças motrizes da produção novelística do autor: o melodrama histórico, o melodrama burguês (onde se insere Justiça) e a comédia, mostram as preocupações ética s e filosóficas do país, os costumes e a realidade circundante, num contexto quase sempre autobiográfico. (Rui Madeira)

Autor Camilo Castello-Branco |encenação Rui Madeira | cenografia João Dionísio| figurinos Manuela Bronze | criação vídeo Frederico Bustorff | criação sonora Pedro Pinto | design gráfico e fotografia Paulo Nogueira | desenho de luz Nilton Teixeira| elenco Solange Sá, Rogério Boane, Carlos Feio, António Jorge, André Laires, Jaime Monsanto e Eduarda Pinto (estagiária).

Horários e datas dos espectáculos no Theatro Circo:
Dia 16 estreia às 21h30; dia 17 às 16h00; dia 18 às 15h00; dias 19, 20 e 22 às 11h00 e às 21h30; dia 23 às 21h30.

Encenador e Elenco no final da Estreia (sábado 16)

12/04/16


A saga na Pensão Portugal…

A Companhia volta aos autores clássicos portugueses. Agora com o drama JUSTIÇA de Camilo Castello Branco. É a continuação da “saga na Pensão Portugal”, que iniciamos com Falar Verdade a Mentir de Almeida Garrett em 2012 e cujos personagens se encontram, agora, anos depois “envolvidos” neste drama de faca & alguidar…  bem ao gosto dos nossos públicos mas com especial enfoque no público escolar.
Vamos fazer um drama de faca & alguidar e, parafraseando alguns personagens, para
- “ provar que o mundo não é um valle de lágrimas, pelo menos no todo. Há certos pedaços do mundo aonde não há lágrimas”.
- “Particularmente onde predomina a malvasia, a madeira e o champagne”.
- “e o Porto. Eu sou patriota”!
- “Casualmente vejo n’este jornal uma notícia copiada d’um jornal do Porto. É um caso bem triste! Eu leio  e V. Exa poderá esclarecer-me o que há de escuro nela (lê) haverá dous mezes que um sujeito de boa família, mas de depravados costumes, natural do Porto, roubou a uma extremosa mãi a sua filha única, o seu amparo, toda a sua riqueza n’este mundo onde o quinhão da amargura lhe tem sido abundante. Praticado o rapto, sem poder encontrar-se o infame nem a sua quarta ou quinta víctima, a infeliz mãi desapareceu… alguém disse que a viu passar aos Carvalhos, estrada de Lisboa… é de crer que a desgraçada mãi se tenha suicidado…
- “Vejo tudo côr de rosa… A vida tem cousas bem boas, digam lá o que disserem os poetas de cemitério. Poucos são os que sabem tirar proveito d’esta sublime patarata que os traductores em vulgar denominam sociedade.

(Extractos dos personagens Luiz d’Abreu, Pedro da Nóbrega e Dona Maria do drama JUSTIÇA)



Sobre  JUSTIÇA

No contexto da obra camiliana a vertente dramática é a que tem merecido menos apreço da crítica literária, contudo, se analisarmos com atenção, veremos que aí estão as forças motrizes da produção novelística do Autor.
O melodrama histórico; o melodrama burguês, (onde se insere Justiça) e a comédia, dão nota cabal das preocupações éticas e filosóficas do autor, do seu modo de encarar o mundo e o país, os costumes e a realidade circundante, num contexto quase sempre autobiográfico. Em Justiça estamos num olhar peculiar sobre a sociedade e os costumes.” De um lado a utopia de uma sociedade que deveria nobiliar-se pela honra e pelo trabalho, a apologia do self-made man que , saído da pobreza, conquistará o seu espaço com probidade. Na trincheira oposta, os homens de mármore, corações empedernidos, adoradores do bezerro de ouro numa sociedade em que o homem era o lobo do homem. De um ângulo, o frémito social e tribunício espelhava as aspirações de uma classe em luta contra a aristocracia empobrecida e decadente, a viver a glória enferrujada de seus brasões. Do outro, o combate ao argentarismo sem entranhas do capital especulativo que visava impor a essa mesma burguesia, um modelo ético que a dignificasse.”


Autor Camilo Castello-Branco | encenação Rui Madeira | cenografia João Dionísio | figurinos Manuela Bronze | criação vídeo Frederico Bustorff | criação sonora Pedro Pinto | design gráfico e fotografia Paulo Nogueira | desenho de luz Nilton Teixeira | elenco Solange Sá, Rogério Boane, Carlos Feio, António Jorge, André Laires, Jaime Monsanto e Eduarda Pinto (estagiária).

Estreia a 16 de Abril | Theatro Circo | 21h30