31/07/17

CTB regressa em Setembro com 2 reposições, 1 estreia e 1 acolhimento

No dia 27 de Julho, tivemos o último espectáculo da primeira metade da temporada da Companhia de Teatro de Braga (CTB). Tivemos o prazer de acolher a Companhia de Teatro de Almada, na Sala Principal do Theatro Circo, com a peça O Feio de Marius von Mayenburg.

O Feio (Companhia de Teatro de Almada)
A CTB regressa, logo no início de Setembro (6 a 9), com a reposição de No Alvo, de Thomas Bernhard. Espectáculo, estreado em 2015, com encenação de Rui Madeira e elenco constituído por Sílvia Brito, Solange Sá, Eduarda Filipa e Frederico Bustorff. Em Maio, na digressão ucraniana da CTB (pelas cidades de Kherson, Kiev, Bila Tserkva e Mykolaiv) Sílvia Brito (no papel de Mãe) foi considerada a melhor actriz do festival de teatro Melpomena Tavryy.

A Mãe (Sílvia Brito) em No Alvo (Foto: Paulo Nogueira)

No dia 12 de Setembro, a Companhia Tranvía Teatro (Saragoça) – numa co-produção com Teatro del Astillero – apresenta no Pequeno Auditório do Theatro Circo Milagro, de Luís Miguel González Cruz. O espectáculo encenado por Cristina Yáñez propõe-nos que pensemos sobre “o que aconteceria a alguém que, depois de ressuscitar, muda por completo de ideias, de personalidade e de forma de ser? É outra pessoa? Que aconteceria com o seu amor? Se apaixonar-se é um milagre, o que aconteceria a um ressuscitado? Voltaria a apaixonar-se pela mesma pessoa por quem se apaixonou antes de morrer?” Com Chema Ruiz, Maribel Bravo e Javier Anós.

Emma (Maribel Bravo) e Andrés (Chema Ruiz) em Milagro
Continuando sob o signo de Viagem, apresentaremos dois espectáculos do nosso reportório em Portugal e Espanha. O primeiro, no dia 16, no Teatro Regional da Serra de Montemuro, é Ainda o Último Judeu e os Outros. O texto escrito (propositadamente para a CTB) e dirigido por Abel Neves conta a história de Daniel, um jovem de ascendência judia e obcecado com o genocídio dos judeus durante a II Guerra Mundial. Daniel convoca os pais para um encontro num local remoto que será palco de um desfecho inusitado.

Ainda o Último Judeu e os Outros, escrito e dirigido por Abel Neves
Logo no dia seguinte, 17 de Setembro, viajamos para Saragoça onde apresentaremos o espectáculo que estreamos este ano: Os Cegos de Maurice Maeterlinck. “Estes cegos estão afinal num trânsito forçado para o Desconhecido, quiçá para a Morte. Estão afinal presos, paralisados e suspensos pelos sentidos. Pela escuta. Estão unidos no silêncio, pelas Trevas. Na espera de uma Palavra dita. Na identificação do Outro. E estão Sós. Lemos o ateu Maeterlinck e seu Os Cegos, como um teatro de Almas penadas que vagueiam num Lugar Inferno chamado Europa. São almas refugiadas, despidas, despojadas de Tudo em busca de Paz.” Um espectáculo criado para comemorar os 10 anos da Comunidade de Leitura de Textos dramáticos e no qual participam cidadãos de braga e pessoas de outros países (Paquistão, Nepal, Congo…) que por razão do mundo conturbado em que vivemos estão a viver nesta cidade.

Os Cegos - um espectáculo no escuro, uma tragédia na Europa. (Foto: Paulo Nogueira)
 De 29 de Setembro até 4 de Outubro, apresentamos, em Braga, a História do Cerco de Lisboa. A CTB – numa co-produção com A Companhia de Teatro do Algarve, Companhia de Teatro de Almada e o Teatro dos Aloés (Amadora) – leva a cena, no Theatro Circo, um espectáculo encenado por Ignacio Garcia e dramaturgia de José Gabriel Antuñano a partir do texto homónimo de José Saramago. Um elenco de excelência com caras bastante conhecidas do público: Ana Bustorff, Elsa Valentim, João Farraia, Jorge Silva, José Peixoto, Luís Vicente, Pedro Walter, Rui Madeira e Tânia Silva. “Quatro companhias do teatro independente reúnem-se para uma realização rara de serviço público cultural: criar um espectáculo a partir de um romance do Prémio Nobel da Literatura português que será apresentado, após a estreia em Almada (5 e 6 de Julho, no 34º Festival de Almada), em Braga, na Amadora e em Faro, num total de 37 representações. Para Ignacio Garcia, o romance de Saramago consiste sobretudo na história de um “não”, e numa reflexão sobre os mecanismos da criação literária. Para além das personagens principais do romance, para a dramaturgia de José Gabriel Antuñano é também convocado o próprio José Saramago, que estabelece um diálogo com o revisor Raimundo, o protagonista desta história – que também é de amor.”

Luís Vicente e Ana Bustorff em História do Cerco de Lisboa

De Janeiro a Julho a Companhia de Teatro de Braga apresentou 12 espectáculos (próprios e/ou em co-produção) em 19 cidades nacionais e estrangeiras (Ucrânia, Espanha e Brasil), 10 espectáculos de acolhimento (Teatro de Kherson (Ucrânia), Chévere (Espanha), A Companhia de Teatro do Algarve (Portugal), Teatro Art'Imagem (Portugal), Tranvía Teatro (Espanha), Arden Producciones (Espanha), Teatro da Serra de Montemuro (Portugal), CENDREV (Portugal), Companhia de Teatro de Almada (Portugal)), num total de quase 80 representações.

Até ao final do ano, além de várias representações (em Portugal e no estrangeiro) dos espectáculos já em reportório, a CTB irá estrear mais duas peças: Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco (especialmente dirigido ao público escoloar) e Imprudência de Ivan Tourgueniev.

24/07/17

O Feio da Companhia de Teatro de Almada encerra a primeira metade da temporada da CTB

A primeira metade da temporada de 2017 está quase terminada. Antes da interrupção para férias, a Companhia de Teatro de Braga irá acolher um excelente espectáculo da Companhia de Teatro de Almada: O Feio de Marius Von Mayenburg.

A peça, encenada por Toni Cafiero, sobe ao palco da Sala Principal do Theatro Circo, no dia 27 de Julho, às 21h30. O Feio estreou, em 2016, no 33º Festival de Almada. Desde logo, considerado pela crítica e o público um êxito. Javier Villán, crítico do jornal espanhol El Mundo, aquando da ante-estreia, escreveu que “O Feio tem o ritmo de um vaudeville agradável, de uma alta comédia inclinada para o absurdo mais puro, contaminada pelo absurdo existencialista. Um diálogo agilíssimo, arguto e muito humor. E excelentes intérpretes que se desdobram em várias personagens”.

Uma crítica mordaz sobre a sociedade de consumo assente nas aparências e na imagem pessoal dos indivíduos. Um espectáculo extraordinário em que Villán destaca, ainda, a expressividade gestual e domínio do corpo por parte do elenco. O cenário, a iluminação e os figurinos completam um trabalho riquíssimo em que nada foi, obviamente, deixado ao acaso.

O FEIO


O FEIO

de Marius von Mayenburg
encenação de Toni Cafiero

O senhor Lette, um inventivo engenheiro, descobre algo de aflitivo: é insuportavelmente feio. Por que é que ninguém ainda lho tinha dito? Após muita insistência, a sua mulher acaba por confessar-lho. Recorre-se à intervenção cirúrgica, e o renascimento de Lette como um homem belo e irresistível granjeia-lhe fama imediata. O cirurgião que o opera gosta tanto da sua obra que a regista e repete em série. O superior de Lette passa a utilizar a beleza do seu colaborador para atrair investidores ricos, mas o idílio da fama não será duradouro: à medida que se criam duplos, o valor de Lette diminui. E mesmo a sua mulher acabará por “desvalorizá-lo” também.

Marius von Mayenburg nasceu em Munique em 1972, tendo-se formado em Alemão Antigo. Em 1922 muda-se para Berlim, onde estuda dramaturgia entre 1994 e 1998. Em 1998 passou a integrar a direcção artística da Baracke, a sala experimental do Deutsches Theater de Berlim. A partir de 1999, juntamente com Thomas Ostermeier, muda-se para a Schaubühne am Lehniner Platz, onde permanece como dramaturgista residente.

Toni Cafiero formou-se na escola Jacques Lecoq, em Paris, e na Academia de Belas-Artes de Bolonha, onde cursou Cenografia. Como encenador trabalhou em Espanha, França, Áustria, Estados Unidos, Croácia, Argélia, Portugal, Turquia e, na área da formação, foi convidado pela RESAD de Madrid, pelo Instituto de Teatro de Barcelona, pelos Conservatórios de Nantes, Montpellier e de Sète, pela Escola Nacional de Chaillot, em Paris, e pela New York University.
Intérpretes André Pardal, João Farraia, João Tempera e Maria João Falcão
Tradução Elena Probst e Rodrigo Francisco
Cenografia E Luz Toni Cafiero e Guilherme Frazão
Figurinos Sandra Dekanic
Selecção Musical Toni Cafiero
Movimento Catarina Câmara e Francesca Bertozzi
Desenho De Som Miguel Laureano
Assistente De Encenação Catarina Barros

18/07/17

CENDREV apresenta "Sozinho", no Theatro Circo

Nos dias 19 e 20 de Julho, acolhemos o Centro Dramático de Évora (CENDREV) com o espectáculo “Sozinho”, de Börje Lindström.

Este espectáculo, que é já o sétimo acolhimento de 2017 (entre companhias nacionais e estrangeiras), retracta os últimos anos de vida do dramaturgo sueco August Strindberg e da sua relação com Clara, a criada, e da procura em compreender a solidão e o medo da morte.

Rosário Gonzaga, encenadora, apresenta-nos “uma pequena homenagem a Strindberg num espectáculo para todos, onde a brincar se fala de coisas sérias”.

Quarta e quinta-feira, no Pequeno Auditório do Theatro Circo, às 21h30. O espectáculo tem aproximadamente 60 minutos.


Ficha Técnica
Autor: Börje Lindström
Versão portuguesa, Rosário Gonzaga a partir da tradução francesa de Anne Barlind
Encenação: Rosário Gonzaga
Cenografia e figurinos: Leonor Serpa Branco
Assistente de cenografia e adereços: Victor Zambujo
Música: António Bexiga
Iluminação e Direcção Técnica: António Rebocho
Actores: Maria Marrafa e Rui Nuno
Construção e Montagem: Paulo Carocho, Tomé Baixinho e Tomé Antas
Arranjos de Guarda-Roupa: Marta Ricardo
Secretariado: Ana Duarte
Produção: Cláudia Silvano
Comunicação: Alexandra Mariano e José Neto
Fotografia: Paulo Nuno Silva
Design Gráfico: Milideias
Participação de dois estagiários do Institut del Teatre de Barcelona: Joaquim Matesanz,
 iluminação e Uriel Ireland, som
Agradecimentos: Pierre-Etienne Heymann, Margarida Morgado, Álvaro Corte-Real, Laura Charneca e António Velez.

Estreou:
11 de Maio 2017, no Teatro Garcia de Resende