10/05/10
O Buraco na parede
Nunca pensei que um dia me pediriam para matar uma pessoa, mas isso aconteceu ontem. Até dois dias atrás eu alugava um cubículo num sobrado velho no centro da cidade, mas fui despejado de lá. Agora estou aqui na estação rodoviária, sentado num banco, fingindo que espero um ônibus.
Meu cubículo era um canto da sala onde os inquilinos viam televisão, isolado por um tabique de madeira envernizada de pouco mais de dois metros de altura. O pé direito da sala devia ter mais de quatro metros; um espaço grande entre o tabique e o teto permitia a entrada de ar mas também tornava possível a alguém, trepado numa cadeira, me espiar dormindo na cama estreita. [...]
Começa assim o conto O Buraco na parede de Rubem Fonseca. E começa com este conto o segundo espectáculo da trilogia Rubem Fonseca que A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga têm em cena. Pode ver o segundo espectáculo — 2Rubem — de 11 a 16 de Maio. Não perca!
[Igor Lebreaud foto Mário Montenegro]
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